quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tadaima.

Chegamos.
A primeira impressão é como se todo esse tempo viajando não fosse mais do que um fim de semana.
Voltei. Pronto. Cheguei.
Sofri uns pequenos choques culturais: agora entendo o que as pessoas falam na rua, o transito é mais caótico. Olho para minha cidade, pra minha rua, pra minha casa com olhos novos, mas eles continuam familiares.
Acordei no meio da noite e não reconheci meu quarto por alguns segundos...No escuro estranhei tudo. Procurei algo que me localiza-se. Demorou um tempo. Onde estou mesmo? Então vi o mural de fotos...Estou no meu quarto!
Encontrei meus pais e alguns amigos, parece que foi ontem que sai de casa pra ir pro aeroporto. Foi realmente muito rápido.
Mas quando uso minha memória e busco nas lembranças tudo que vivi nestes meses viajando, parece que foi toda uma vida.
No avião assisti o filme do Senna.


Uma parte especifica me pegou.
Uma entrevista em que ele falava que estava começando a pensar no Airton Senna pessoa, não somente no Senna piloto. Uma vez que ele achava que teria somente alguns anos correndo em comparação com os anos de vida pela frente. Ele disse que talvez estivesse na metade da vida, que ainda não se sentia realizado, que tinha muita coisa pela frente, muito que aprender, muito pra ser feito...
Se não me engano essa entrevista foi feita no ano que ele morreu.
Nessa viagem toda pensei muito na vida e na morte. Procurei também não ficar só pensando e olhar a vida enquanto ela acontece. Olhar mesmo.
No avião tive a impressão que eu podia morrer a qualquer momento. Então percebi como a vida é irritantemente efêmera. Se foi como uma vida esses últimos 5 meses, agora chegou ao fim.
Aqui no Brasil não consigo contar pra pessoas como foi no Japão.
O Japão está comigo e ao mesmo tempo ficou pra trás.
Nada de concreto eu consigo segurar nas minhas mãos e nenhum momento é possível ser vivido novamente.
Se minha vida estivesse acabando exatamente agora, nada do que vivi vai permanecer comigo. Mas tudo que vivi vai estar comigo na pessoa que sou neste exato momento.
E a pessoa que sou neste exato momento aceita morrer com felicidade?
Bom essa pessoa está feliz de estar vivo, do avião não ter caido e de estar em casa se sentindo bem vindo.

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