segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Espelhos Laranja.


Aqui no Japão notei que em todas as esquinas, em todos os cruzamentos, em cada saída de garagem tem espelhos laranja.
“Se os japoneses andassem na direção correta, e não na contramão, isso não seria necessário!”
Tchurumpá!
Mas de qualquer forma eles são muito uteis aqui.
Deste que cheguei aqui, convivendo com as pessoas, fiquei pensando muito a respeito dessa coisa de viver numa comunidade.
Parece-me que viver em comunidade é como andar de carro num lugar cheios de espelhos laranja.
Deste que fiz tokkou, percebi que eu poderia usar mais espelhos dentro de mim mesmo a fim de conseguir enxergar melhor a mim mesmo e o caminho que estou fazendo. Antes é como se eu estivesse dirigindo sem usar os retrovisores.
Aqui percebi que se souber a olhar para os espelhos laranja, que estão fora de mim, pode ser muito útil também.
Mas é preciso saber olhar no espelho laranja, quando cheguei aqui era difícil confiar nesses espelhos, era só uma bola laranja com um reflexo distorcido, eu nem chegava a tentar olhar dentro deles e ver o reflexo da esquina seguinte.
Quando aprendi a olhar neles, passei a andar mais tranqüilo.
Se pensarmos na vida como uma estrada, nós como motoristas num carro, e nas pessoas como espelhos laranja, penso que muitas vezes seus reflexos podem nos ajudar a seguir um caminho mais seguro, algumas vezes eles podem até mesmo a salvar sua vida. (se caminhão estiver chegando na próxima curva.)
Mas acontece também da gente esquecer que as imagens desses espelhos são meros reflexos, não é a imagem verdadeira, é importante saber olhar os espelhos como espelhos e saber que tipo de distorções eles fazem ou que no mínimo alguma distorção acontece.
É claro que não é somente numa comunidade que isso acontece, há espelhos em todos os lugares. Podem acontecer em todos os encontros durante a viagem da nossa vida.
Quero prestar atenção neles.







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