terça-feira, 31 de maio de 2011

Começando a viagem.

Sugiro colocar essa musica para ler esse post.



Para começar, um até logo...
Sem combinar foi juntando em casa os amigos pra despedir, aparece um depois outro..
apesar de eu não querer fazer nada especial, acabou sendo super gostoso.
A viagem:
Foi muito cansativa, eu tenho pernas longas e isso torna a viagem muito mais desconfortável, depois de 10 horas apertado, eu queria simplesmente tomar a pílula do Chapolin e encolher pra ter um banco do tamanho de um campo de futebol só pra mim, pra eu ficar esticadão...enfim chegamos.
Eu estava no esquema olhando placas..."temos que ir pra lá", "agora pra lá" deste que saímos do Brasil...uma placa leva a outra....
"olha é o Kaj e a Déia" assim que saímos do portão! foi muito bom!
A Déia começou a chorar e eu percebi que estava com meus amigos. ufa!
Logo no primeiro dia fizemos isso:
Assitimos a final da liga dos campeões, tomando cerveja e comendo um churrasco a lá Suiço...

Bom...agora está chovendo...
Quando eu sai do Brasil meus amigos me desejaram boa viagem e me disseram que essa seria uma viagem que mudaria minha vida...ontem fiquei conversando com o Kaj e com a Déia, ele me perguntou o que estava por trás da decisão de viajar.
Eu acho que não seria necessário sair de casa pra minha vida começar a mudar, ela está a todo momento se transformando e  mudando.
No inicio, muitos anos atrás, quando começei a ter vontade de ir para o Japão conhecer o Yamaguishi de lá, eu tinha muitas vontades, necessidade de me sentir buscando algo importante. Acho que no fundo eu sentia que era isso que eu tinha que fazer pra sentir que estava fazendo algo especial e assim me sentir especial também.
Do fim do ano passado até agora eu tive muito tempo pra pensar a respeito disso, tivemos que adiar a viagem por causa dos terremotos, tsunami, catástrofe nuclear...vulcãozinho de ultima hora...
E nesse tempo quis ficar bastante com meus amigos, com minha familia.
Eu percebi que me sinto especial quando estou com eles sem precisar fazer nada de especial, somente sendo eu mesmo. Isso me trás muita calma.
Antes eu tinha vontade de fazer algo exótico pra justificar a vida em si, ser alguém, ter sucesso, ser reconhecido, ter grana e ser amado.
Quem não quer?
Não estou dizendo que não sinto mais tudo isso...
mas será que precisa? e por que mesmo?

Só quero aproveitar a vida, viver cada momento com atenção.
Nós perdemos tantas pessoas importantes no ano que passou, no começo deste ano...eu olhei para isso como um espelho refletindo minha própria condição finita.
Talvez seja isso por trás da decisão de fazer essa viagem, não sabemos até quando estaremos vivendo essa nossa vida, e eu sinceramente não posso afirmar com certeza o que me espera depois, se algo me esperar...
Existem muitas coisas que eu gostaria de acreditar, muitas coisas existem pra dar esperança e que ajudam a lidar melhor com a morte.
Eu não sei muito sobre isso, não nego nenhuma explicação, se é o fim ou não, o que importa é que a nossa vida como ela é agora, está sempre mudando...

terça-feira, 24 de maio de 2011

puberdade em 1 minuto

conversas sobre vida após a morte

Morrer é apenas não ser visto, morrer é a curva da estrada. (F. Pessoa)

A morte é a continuação da vida, sem mim (Sartre)


A morte pertence à estrutura fundamental do ser humano, está sempre presente. É por ela que o ser humano conquista a totalidade da sua vida. Ela é a última extremidade que limita e determina a totalidade do ser. Ela tem o poder de apagar tudo o que não é essencial ao homem. Exige dele aprender a aproveitar o tempo, a vida. Lança-o para o olhar compassivo e com compaixão ouve e escuta os apelos dos outros seres. Passa a enxergá-la não como uma destriuição mas como a última possibilidade. Passa a perceber a vida como algo de imenso valor e lhe dá um sentido para viver e para morrer. Lhe dá a responsabilidade pela existência e a vê como possibilidades a realizar. Aceita o convite para responder as solicitações de tudo o que vêm ao seu encontro.

A partir da apreensão da angústia, o homem se percebe como um ser-para-morte. Ela resulta da imperfeição do homem, da falta de base da existência. Quando isso ocorre, Heidegger afirma haver duas soluções: ou o homem foge para a vida cotidiana (onde se ilude numa suposta segurança e sensação de pertencimento), ou aceita a angústia, manifestando seu poder de transcendência sobre o mundo e sobre si mesmo (suportando e aceitando a solidão, que passa a ser vista não como abandono mas como um estar consigo mesmo). Cada um de nós morrerá a sua morte e viverá a sua vida. Essa tarefa é insubstituível pois ninguém pode fazê-lo em nosso lugar. É algo que está presente desde o momento em que se dá o primeiro sopro de vida. Quando o ser humano vêm à vida, ele já tem idade suficiente para morrer. Ela deveria nos humanizar, nos conduzir a essência do ser homem.
O perigo esta naqueles que julgam e possuir respostas para o indizível, certezas inabaláveis. São mestres do discurso e da retórica e dizem possuir a verdade. Esquecem da fragilidade da vida, estalam-se numa impressão de ela está sempre garantida e assim, se descuidam. Tudo perde seu valor. A morte e o morrer pode nos acordar desse sono. Enquanto aqueles que acolhem a visitação da angústia, podem sentir a dor e o sofrimento da vida e da morte mas, não sentem raiva, desespero ou rancor diante do fim. Possuem a si mesmos e a alegria serena de uma existência intensa, fiel a si mesma, onde não se precisa de certezas mas, de inquietações.

Tiago Villano

sexta-feira, 20 de maio de 2011

carta


...Porque criamos um mundo através de nossa história, percepções, e vivemos intensamente ele. Não podemos dizer que existe de fato, pois é apenas minha criação, que veio de minha cabeça. Mas não podemos dizer que não existe, pois vivemos isso, está em nossas entranhas, vivemos isso celularmente, emocionalmente, espiritualmente. Mas se podemos viver tudo como uma encenação, estar inteiro na cena, se o ator desta vida, realizar o nosso papel no mundo, passar o nosso recado às pessoas que nos defrontamos, às pessoas que buscamos, inteiramente, e neste fim de linha, que pode ser um novo começo rumo ao desconhecido “conhecido”, pois acho que apenas perdemos a consciência da morte, e o processo desta transição, o soltar tudo, inclusive o eu, permitir morrer, desintegrar e se dissolver no todo, sem forma, sem cor, sem cena, sem platéia.
Em serenidade.
Pois o ser já viveu em vida a plenitude, que transpassa tudo isso, toda a matéria, todo o mental, onde há uma vibração da simples presença do ser, é simplesmente maravilhoso!
Esta vibração perpassa a vida e a morte, o ator e a pessoa real, e há um perfume de imortalidade no ar! Será que isso é a imortalidade?
Querido,
grande beijo,
Inês.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

mestre...que mestre?

O mestre já não busca, mas encontra.
Como artista é um sacerdote; como homem, um artista em cujo coração - no seu agir e não agir, criar e silenciar, ser e não ser- penetra o olhar do buda.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

do caderno


“A vitória é como a lua refletida num lago: tentar agarrá-la, confiando excessivamente em sua própria sabedoria e força, significa quase sempre afogar-se nas águas e perder a vida.”

O vento - Rastros na neve - Musashi

da série japas são fodas #3

Mushashi...

“E depois de tudo, céu e terra ai estão, como se nada tivesse acontecido.
A esta altura, a vida e as ações de um homem têm o peso de uma folha seca no meio da ventania ."

Semana passada encontrei o meu caderno de anotações que tinha sumido há muito tempo, procurei em todos os lugares que freqüentava: em casa, casa da Aninha, na casa do Brunão, no salão da igreja que a gente tava ensaiando, na cia. do feijão onde a gente tava ensaiando tbm, no centro cultural Oswald de Andrade mais uma vez onde a gente tava ensaiando... Na escola que eu dava aula, no carro...Passei a andar de metrô olhando para o chão sonhando em encontrá-lo por acaso...Nada...Simplesmente sumiu...Como é possível? Que merda tinha tanta coisa legal: Pensamentos, idéias, alguma coisa que eu tinha lido em algum lugar... Qualquer coisa que eu julgava valer a pena escrever pra ler depois...
Semana passada fez frio, peguei um casaco que não usava deste o inverno do ano passado...no bolso...
Isso tava escrito na primeira página. Eu tava lendo Mushashi.

da série japas são fodas #2

vejam até o final, vale a pena!

domingo, 8 de maio de 2011

WTF

Estudante de arte faz trabalho radical e morre asfixiado

O estudante de arte John Jairo Villamil, de 25 anos, resolveu apresentar um trabalho radical com o tema "A percepção sobre a sua cidade, Bogotá". Na cabeça, ele tinha um saco de lixo; os pés estavam em um balde com água; em uma das mãos uma corrente com notas; na outra, uma folha.
Acabou morrendo asfixiado.

A plateia em uma sala da Universidad del Bosque (Colômbia) pensou que a dificuldade em respirar e as convulsões de John Jairo eram parte do "espetáculo" e ninguém foi ajudá-lo, segundo o "Huffington Post".

O aluno chegou a ser levado para um hospital, mas morreu cinco dias depois.

A mãe disse que deverá processar a universidade por negligência.
Na última terça-feira, as deputadas Clarissa Garotinho (PR), filha dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, e Cidinha Campos (PDT) trocaram ofensas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O clima esquentou depois que Clarissa, em dia de galeria repleta de funcionários públicos reivindicando aumento, declarou que o governo atual, de Sérgio Cabral, era “constituído por ladrões”.

A deputada Cidinha reagiu…
                                                      "Ai"

quarta-feira, 4 de maio de 2011

De rerum natura.

poema De rerum natura, “Da natureza das coisas”, escrito pelo poeta romano Lucrécio (96-55 a. C):

Nem mesmo o brilho do Sol, a radiação que sustenta o dia, pode dispersar o terror que reside na mente das pessoas. Apenas a compreensão das várias manifestações naturais e de seus mecanismos internos tem o poder de derrotar esse medo. Ao discutir esse tema, nosso ponto de partida será baseado no seguinte princípio: nada pode ser criado pelo poder divino a partir do nada. As pessoas vivem aterrorizadas porque não compreendem as causas por trás das coisas que acontecem na terra e no céu, atribuindo-as cegamente aos caprichos de algum deus. Quando finalmente entendermos que nada pode surgir do nada, teremos uma imagem muito melhor de como formas materiais podem ser criadas, ou como fenômenos podem ser ocasionados sem a ajuda de um deus.
(...)
Porque a mente quer descobrir, através do uso da razão, o que existe no longínquo e infinito espaço, longe dos problemas desse mundo — aquela região onde o intelecto sonha em penetrar, aonde a mente, livre, estende seu vôo em direção ao desconhecido
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