quarta-feira, 27 de abril de 2011

pensando sobre liberdade.

A diferença entre a filosofia ocidental e a oriental é bastante clara. A ocidental te faz dizer: “que você é algo”, “você tem valor”, “você é ótimo”. A oriental diz: “você é nada”. “Você é como qualquer outra coisa”. Esta é a única diferença.
Quando eu digo “eu sou alguma coisa”, então eu vejo a comparação. Eu vejo que sou melhor que “alguma coisa” e que “alguma coisa” está abaixo de mim.
Quando eu digo “eu sou nada”, então eu vejo tudo como “nada”, eu vejo “ninguém”. Quando eu tenho a experiência que eu sou “ninguém”, eu não preciso de alguém pra me fazer sentir alguém. Muito simples.
É um estado independente.
O “ninguém” pode ser “todos” e “qualquer um” em qualquer hora
Mas o “alguém” tem sempre um problema, “você sabe, eu sou alguém”. Isto é algo que sempre vai ter um problema, porque você precisa de alguém pra te fazer sentir que você é alguém. Sem esta pessoa você se sente perdido.

Se você diz que é um artista você precisa de uma platéia para apreciar sua arte. Se você diz que é um dançarino, então precisa de uma platéia para apreciar sua dança, assistir sua dança. Se você é um cantor, precisa de pessoas para te ouvir. Se for um professor, precisa de alunos.
A partir do momento em que você se torna “alguém”, você se torna dependente de alguém.
Se você é ninguém, você é tudo. Quando existir um aluno, eu sou um professor. Quando existir um professor, eu sou um aluno. Quando tiver uma musica, eu sou a dança. Quando tiver uma dança, eu sou a musica. Quando tem comida, eu como. Quando tem alguém com fome, eu cozinho. Não é mesmo?

Eu posso ser tudo. Quando está tudo limpo, eu aproveito. Quando não está, eu aproveito limpando. Eu sou tudo. Não posso separar mim mesmo de nada. Eu sou cada detalhe desta vida. Quando eu digo: “eu sou alguma coisa”, “eu fui designado para isto”, estou eliminando o resto das possibilidades.
A liberdade de uma pessoa remove todas as formas de categorizar uma pessoa.
Ao categorizar você está criando uma separação entre você e eu, entre você e “tudo”. Então a vida se torna alguma outra coisa que não você mesmo. Você se coloca como você mesmo, mas não si coloca como a vida.

Sri Vast

Um comentário:

  1. Será que existe um sábio na montanha se ele não esperar existir alguém que está disposto a escalar essa montanha para ouvir sobre sua sabedoria?

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