sábado, 30 de abril de 2011

da série japas são fodas #1

Como descobri que é um japa? é pela complexidade? pelo titulo em kanji?
Não!! é óbvio! olha o tatame ali em baixo de tudo!!!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mitos de criação 1

Quais são, então, as respostas dadas pelas várias culturas “À Pergunta”? A pergunta mais fundamental que podemos fazer com relação à nossa existência: qual a origem do universo? O simbolismo utilizado por uma cultura na narração de seus mitos nunca é tão expressivo quanto nos seus mitos de criação. Um belo exemplo vem dos índios Hopi, dos Estados Unidos. Nele existem duas personagens principais, Taiowa (o Criador, representando o Ser) e Tokpela (o espaço infinito, representando o Não-Ser).

O primeiro mundo foi Tokpela. Mas antes, se diz, existia apenas o Criador, Taiowa. Todo o resto era espaço infinito. Não existia um começo ou um fim, o tempo não existia, tampouco formas materiais ou vida. Simplesmente um vazio incomensurável, com seu princípio e fim, tempo, formas e vida existindo na mente de Taiowa, o Criador. Então Ele, o infinito, concebeu o finito: primeiro Ele criou Sotuknang, dizendo-lhe: “Eu o criei, o primeiro poder e instrumento em forma humana. Eu sou seu tio. Vá adiante e perfile os vários universos em ordem, para que eles possam trabalhar juntos, de acordo com meu plano”. Sotuknang seguiu as instruções de Taiowa; do espaço infinito ele conjurou o que se manifestaria como substância sólida, e começou a moldar as formas concretas do mundo.

m. gleiser

vai um chazinho?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

memórias do homem que destruiu o mundo.

pensando sobre liberdade.

A diferença entre a filosofia ocidental e a oriental é bastante clara. A ocidental te faz dizer: “que você é algo”, “você tem valor”, “você é ótimo”. A oriental diz: “você é nada”. “Você é como qualquer outra coisa”. Esta é a única diferença.
Quando eu digo “eu sou alguma coisa”, então eu vejo a comparação. Eu vejo que sou melhor que “alguma coisa” e que “alguma coisa” está abaixo de mim.
Quando eu digo “eu sou nada”, então eu vejo tudo como “nada”, eu vejo “ninguém”. Quando eu tenho a experiência que eu sou “ninguém”, eu não preciso de alguém pra me fazer sentir alguém. Muito simples.
É um estado independente.
O “ninguém” pode ser “todos” e “qualquer um” em qualquer hora
Mas o “alguém” tem sempre um problema, “você sabe, eu sou alguém”. Isto é algo que sempre vai ter um problema, porque você precisa de alguém pra te fazer sentir que você é alguém. Sem esta pessoa você se sente perdido.

Se você diz que é um artista você precisa de uma platéia para apreciar sua arte. Se você diz que é um dançarino, então precisa de uma platéia para apreciar sua dança, assistir sua dança. Se você é um cantor, precisa de pessoas para te ouvir. Se for um professor, precisa de alunos.
A partir do momento em que você se torna “alguém”, você se torna dependente de alguém.
Se você é ninguém, você é tudo. Quando existir um aluno, eu sou um professor. Quando existir um professor, eu sou um aluno. Quando tiver uma musica, eu sou a dança. Quando tiver uma dança, eu sou a musica. Quando tem comida, eu como. Quando tem alguém com fome, eu cozinho. Não é mesmo?

Eu posso ser tudo. Quando está tudo limpo, eu aproveito. Quando não está, eu aproveito limpando. Eu sou tudo. Não posso separar mim mesmo de nada. Eu sou cada detalhe desta vida. Quando eu digo: “eu sou alguma coisa”, “eu fui designado para isto”, estou eliminando o resto das possibilidades.
A liberdade de uma pessoa remove todas as formas de categorizar uma pessoa.
Ao categorizar você está criando uma separação entre você e eu, entre você e “tudo”. Então a vida se torna alguma outra coisa que não você mesmo. Você se coloca como você mesmo, mas não si coloca como a vida.

Sri Vast

ouvir 2

No post “Ouvir” do dia 29 de março (que peguei do blog do Alam)
ele comentou o seguinte:

"... Eu tento:
vou ouvir mais...
vou ouvir melhor...
mas na real
só estou analisando intensamente
o que está na minha cabeça
assim,  considero que "eu ouvi o outro"
o meu estado interior é : "eu sei o que o outro pensa"
mas na realidade
cada vez mais longe do outro
cada vez mais sem enxergar o outro"....


Fiquei pensando sobre isso...
É de fato possível ouvir realmente o outro?
Como está lá na cabeça do outro?
Se não é possível se aproximar é possível ficar mais longe?
É uma questão de proximidade?
De ouvir o outro e saber o que o outro pensa.

Se estamos analisando intensamente o que está na nossa cabeça ao tentar ouvir melhor o outro, então ouvir o outro acaba sendo conhecer melhor o que está na minha cabeça.

Ouvir o outro é igual a “Olhar pra dentro de si”.

O que vemos neste momento? O que estamos vendo dentro de nós enquanto ouvimos?
São as palavras? O sentido pra mim? E o sentido para o outro qual poderia ser? Interpreto da minha forma e logo em seguida abro mão da minha própria forma de pensar... Como será né?
O que está acontecendo neste espaço onde estamos conversando?

Mais uma vez eita nóis!

Amor

para um amigo...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Entrevista com Marcelo Gleiser


Publicado em 16 de abril de 2011 por ERA
ERA:  O senhor afirma que “a escuridão parece igual a ignorância do homem, nunca vai se conhecer tudo sobre o mundo!”. Então o que se pode conhecer?
Gleiser: Não sabemos se existem limites absolutos ao conhecimento, embora tenhamos já encontrados dois deles: em mecânica quântica, que estuda os átomos e partículas subatômicas, existe o princípio de incerteza, que mostra ser impossível conhecer a posição e a velocidade de objetos pequenos com infinita precisão. Temos aqui um limite fundamental do que podemos saber sobre o mundo. Até hoje, ninguém conseguiu removê-lo. Na matemática, os teoremas da incompletude de Gödel mostram que mesmo lá a lógica não é auto-determinante; certas coisas não podem ser explicadas a priori. Mais pragmaticamente, como expliquei no meu livro Criação Imperfeita, o que sabemos do mundo depende essencialmente de nossos instrumentos de medida; e como estes têm limites de precisão, não podemos “ver” além do que eles nos permitem. Desta forma, existe sim um mundo invisível, ainda não detectado pelos nossos instrumentos. Nossa visão de mundo avança à medida em que esses instrumentos avançam, mas é sempre limitada por eles.
ERA: O senhor faz referência a uma ‘nova espiritualidade relacionada ao planeta”. Podemos com isso esperar o desenvolvimento de ‘nova moral’?
Gleiser: Espero que sim; quando compreendemos a fragilidade da vida, a hostilidade do universo à ela, necessariamente olhamos para o nosso planeta com novos olhos. Imediatamente, percebemos a necessidade de preservar o que temos aqui. Evoluímos juntamente com a Terra, e estamos profundamente vinculados a ela. Se destruirmos nossa casa, não teremos outra opção. Dessa forma, a nova moral se torna global, definindo um novo modo de encarar a vida e nossa missão aqui.
ERA: O senhor poderia explicar a sua frase: nós somos a consciência do Cosmos?
Gleiser: Dado que a vida no universo é rara (vide nossos vizinhos no sistema solar) e que a vida inteligente será muito mais rara ainda, até que encontremos uma outra inteligência em algum canto da galáxia, somos nós a única espécie inteligente que conhecemos. Mesmo que outras possam existir (ainda não sabemos nada sobre isso), estamos isolados aqui numa espécie de solidão cósmica. Como somos o único agregado de matéria capaz de refletir sobre sua existência, somos também como o cosmo reflete sobre si mesmo, ao menos num enorme volume de espaço. Isso nos dá uma nova forma de contemplar a dimensão humana, bem mais importante do que apenas mais uma forma de vida.
ERA: Como o senhor enxerga os problemas éticos gerados pelo desenvolvimento tecnológico?
Gleiser: A tecnologia é fruto da pesquisa e pode ser usada para aliviar o sofrimento humano ou para piorá-lo. Os problemas éticos dos usos de novas tecnologias são essencialmente políticos; o que definimos como “bem” ou “mal” varia com o poder, como sabemos da história negra do século XX. Contudo, dentro dessa divisão de quem somos nós no cosmo que estou propondo, tenho a esperança de que um novo despertar está para ocorrer, uma era em que atingiremos um nível ético mais sofisticado, quando nos tornamos guardiões da vida e não seus destruidores. Uma nova era inspirada pela ciência.
ERA: Na sua opinião o Relativismo e o Utilitarismo podem ser fatores ‘colapsantes’ da sociedade como entendemos hoje?
Gleiser:  Acho que os “ismos” são todos sujeitos de análise. Na minha visão, o que pode colapsar o mundo a médio prazo é a insistência em ignorar os danos que estamos causando ao meio ambiente. A terra é um sistema finito, que não comporta o nível de uso e devastação causados por 7 bilhões de pessoas. O que pode colapsar a sociedade é a combinação de ganância corporativa, por um lado, e de fundamentalismo, por outro. Ambos negam os avanços e descobertas da ciência.

domingo, 24 de abril de 2011

meu amigão!

Eu e meu primo saulinho numa jam session!

Estilos da vida



Nós todos adotamos ou inventamos um estilo singular para a história de nossa vida


VOCÊ SE lembra daqueles personagens de quadrinhos que são impiedosamente seguidos por uma nuvem preta, que é uma espécie de guarda-chuva ao contrário? Eles não têm para onde fugir: deslocam-se, mas a chuva os persegue, mesmo debaixo do teto de sua casa.
Claro, no outro extremo do leque há pessoas que são seguidas por um sol esplendoroso, mesmo quando estão no escuro ou no meio de um desastre que deveria empalidecer a luz do dia (se ela tivesse vergonha na cara).
Em suma, cada um de nós parece estar sempre numa condição meteorológica que lhe é própria e não depende nem da estação nem dos acontecimentos do momento.
Esse clima privado, como um pano de fundo que nos seria imposto, é uma consequência quase inevitável dos primórdios de nossa vida e das bênçãos ou maldições murmuradas ao redor de nosso berço.
Talvez sejamos um pouco mais livres para escolher o estilo da vida que levaremos, seja qual for nosso pano de fundo.
Geralmente, por estilo DE vida, entende-se um modelo que a gente imita para construir uma identidade e propô-las aos olhos dos outros. Mas o estilo DA vida, que é o que me interessa hoje, é outra coisa: é a forma literária na qual cada um narra sua própria vida, para si mesmo e para os outros. Um exemplo.
Acabo de ler (e continuarei relendo por um bom tempo) "The Book of Dreams" (o livro dos sonhos), de Federico Fellini (ed. Rizzoli). São mais de 400 páginas, em grande formato, que reproduzem fotograficamente os cadernos nos quais o diretor italiano registrou seus sonhos, em palavras e desenhos, de 1960 a 1968 e de 1973 a 1990 (ele morreu em 1993).
Tullio Kezich, que assina a introdução, conta que, em 1952, no seu primeiríssimo encontro com Fellini, o diretor lhe perguntou o que ele tinha sonhado no dia anterior. Tullio não sabia e ganhou uma filípica de Fellini sobre a importância de não perder o "trabalho noturno", que seria no mínimo tão significativo quanto o que pensamos e fazemos quando estamos acordados.
Fellini amava dormir e sonhar; ele vivia com um caderno ao lado da cama, onde registrava texto e visões imediatamente, ao despertar. E note-se que seu interesse pelos sonhos era anterior a seu primeiro contato com a psicanálise (que foi desastrado, com um freudiano, em 1954, e bem-sucedido com um junguiano, Ernst Bernhard, de 1960 a 1965, quando Bernhard morreu).
Vários amigos que me viram ler o livro me perguntaram se, então, os sonhos de Fellini serviam de material para seus filmes. A questão não cabe. O que o livro revela é que, para Fellini, o sonho era, por assim dizer, o gênero literário no qual ele vivia (e portanto contava) sua vida- nos cadernos da mesa de cabeceira, nos filmes e no dia a dia.
Cuidado. Fellini não especulava nem um pouco sobre, sei lá, a "precariedade" de nossa percepção, que pode confundir sonho com realidade. Ele nunca se perguntava se o que estava vivendo era sonho ou realidade, porque, para ele, o sonho era, propriamente, o estilo da realidade.
Esse estilo era o que fazia com que seu olhar estivesse constantemente maravilhado ou atônito: graças a esse estilo, ele atravessava (e contava) a vida como "um mistério entre mistérios" (palavras dele).
Pois bem, nós todos adotamos ou inventamos um estilo singular para a história de nossa vida -é o estilo graças ao qual nossa vida se transforma numa história.
Cada um escolhe, provavelmente, o estilo narrativo que torna sua vida mais digna de ser vivida (e contada). Há estilos meditativos, investigativos, introspectivos, paranoicos ou, como no caso de Fellini, oníricos e mágicos.
Quanto a mim, o estilo narrativo da minha vida é, sem dúvida, a aventura. Não só pelos livros que me seduziram na infância ("Coração das Trevas", de Conrad, seria o primeiro da lista). Mas porque a narrativa aventurosa sempre foi o que fez que minha vida valesse a pena, ou seja, não fosse chata, mesmo quando tinha toda razão para ser.
Quando meu filho, aos quatro ou cinco anos, parecia se entediar, eu sempre recorria a um truque, que ele reconhecia como truque, mas que funcionava. Eu me calava e me imobilizava de repente, como se estivesse ouvindo um barulho suspeito e inquietante; logo eu sussurrava: "Atenção! Os piratas!".
Nem ele nem eu acreditávamos na chegada dos piratas, mas ambos achávamos que a vida merecia um pouco de suspense. 


--
CONTARDO CALLIGARIS

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Em uma entrevista...

 E:

Eu acredito que muitas pessoas tem uma luta quando eles tomam o caminho da espiritualidade, como se eles não pudessem contar isso para seus amigos ou familia, porque eles reagiriam a isto...

G:

Exato. uma pessoa pode ver esta divisão: a vida normal e a vida espiritual. Isto significa que esta pessoa está escondendo alguma coisa. Com sentimento de que não se pode conversar sobre isso com qualquer pessoa. Nós já temos muitas coisas escondidas em nós que não podemos conversar sobre. Mas para ser livre de todas essas coisas, você encontra um caminho espiritual e um prática espiritual. então, como fica quando sua vida espiritual vira seu maior segredo?

Isto significa que você não está sendo livre. Você continua tendo conflito com o que você está reivindicando; " isto é vida normal - e isto é vida espiritual." Quando esta vida normal vai ser espiritual? ou quando esta vida espiritual vai ser sua vida normal?

A vida não pode ser dividida em muitos pedaços diferentes. Nós já dividimos o dia: das 8:00 às 18:00 eu estou trabalhando, depois das 18:00 eu vou para casa.
11 meses do ano trabalhando, 1 mês relaxando. Quem está fazendo essas divisões? Nós estamos sempre de alguma forma destacando a nós mesmos, fazendo-nos não ver nossa vida como um todo; mas separando a nós mesmos, dividindo-nos em pequenos pedaços.

Quando uma pessoa diz, " eu estou tão ocupado com o trabalho. Eu espero que um dia eu tenha tempo para mim mesmo. Um dia eu irei fazer alguma coisa para mim mesmo. Eu vou fazer alguma coisa, ler um livro ou relaxar um pouco."
Mas e enquanto você está cozinhando? você está fazendo isso pra vc mesmo. Quando vc está comendo, vc também está fazendo isso pra vc mesmo. Quando vc limpa o chão, novamente fazendo isso pra vc mesmo, porque vc gosta de manter o chão limpo.
Nós não conectamos toda essa prática diária como experiências da vida.
Você está fazendo todas essas coisas pra vc mesmo. Mas no final do dia, depois de limpar, consertar todas as coisas, vc vai e relaxa, ou lê um livro, ai sim vc diz que está fazendo isto pra vc mesmo. E as outras atividades? Para quem vc fez tudo aquilo?

Esta é uma das principais coisas egoístas. Nós vivemos definindo as coisas como boas e como não boas. Todos nós estamos formando um ideal, aconchegante, uma imagem romântica do que relaxar é. Nós nos perguntamos: "O que uma pessoa com maior nível de consciência está fazendo? Talvez esteja sentado e meditando? Talvez esteja andando lentamente, falando lentamente, ouvindo musica, talvez lendo um livro? Se toda a humanidade ficar sentada e falando lentamente, andando lentamente, lendo um livro, e ouvindo musica, então quem fará o resto do trabalho?

É muito importante não dividir a vida em muitos pedaços. Você tem uma vida somente. Você não tem muitas vidas diferentes. Nessa manifestação física vc tem somente uma vida, e isso se faz como um todo.

"Esta é minha vida espiritual", "esta é minha vida de negócios", "esta é minha vida familiar", "esta é minha vida esportiva". Quanto mais divisões vc faz, mais vc se torna diferentes personalidades. E então haverá conflitos entre todas essas personalidades. Você nunca será normal.

Esteja certo de que vc é sempre honesto e que vc é vc mesmo totalmente. Deixe que tudo em sua volta saiba disso. Permita que eles aceitem quem vc realmente é, totalmente. Isto só é possível quando vc para de querer que tudo a sua volta te aceite da forma como vc quer ser aceito. Muitas vezes nós dizemos, "as pessoas não me aceitam." Mas isto é realmente verdade, as pessoas não te aceitam como vc é? Ou vc quer que eles te aceitam de uma certa forma? Nós temos esta necessidade de que os outros nos aceitem de uma determinada forma. Enquanto estes tão chamados "outros ' não estão nos aceitando nesta forma, nós dizemos que eles não nos aceitam.
Eles estão nos aceitando, mas não da forma que queremos. Você se torna livre quando vc aceita os outros totalmente.
Nesta aceitação total está incluída a não-aceitação dos outros. Eles não estão te aceitando. E vc aceita isso tbm. Você aceita eles, e vc aceita as coisas que te cercam. Quando vc aceita tudo em sua volta, estas duas vidas, a espiritual e a vida normal, se tornam uma só vida. Você é normal. Espiritualmente, vc é normal.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Mestres



No começo achei que era brincadeira...
Depois tive medo.
E agora fico pensando...
Para essas mulheres ele é um mestre.

Quem são meus mestres???

domingo, 10 de abril de 2011

canoas de papel


Chamei de mistura estranha esse blog porque gostaria de examinar todas essas misturas que fazem parte mim. Que misturas são essas?
Bom, vou jogando isso tudo aqui pra ver no que dá depois...
Convido a quem se interessar pra trocar idéia também.
Sejam bem vindos e me visitem sempre!

 As palavras estáveis possuem a fragilidade da sua estabilidade.
Para cada afirmação clara existe um equívoco.
Os que constituíram seus teatros sem pedras e sem tijolos e que depois escreveram sobre esse teatro geraram muitos equívocos. As suas palavras tinham a intenção de ser pontes entre a prática e a teoria, entre a experiência e a memória, entre os atores e os espectadores, entre eles e seus herdeiros. Mas não eram pontes, eram canoas.
As leves canoas lutam contra a corrente, atravessam o rio, podem alcançar a outra margem, mas nunca se pode ter certeza de como acolherão e usarão sua carga. Escrevemos com o desejo da precisão de um bom artesão e relemos, incredulamente, nossos textos já distantes das tensões que o geraram.
Mas, no fundo, o que é uma boa comunicação?
“É uma boa administração dos mal-entendidos”
As canoas navegam nas correntes dos mal-entendidos.
Gostariam de ser páginas estáveis de livros e, em vez disso, são cartas que não sabemos se e quando chegarão a seu destino, nem como serão entendidas se vierem a ser lidas e por quem.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Um é tudo e tudo é um.


No início a mestre destes garotos os deixam sozinhos em uma ilha deserta para sobreviverem durante um mês...
Buscando uma resposta: “um é tudo e tudo é um”.

  
Será que estão falando de corpo único?

domingo, 3 de abril de 2011

Uma mente sem limites

(colando  por preguiça)...
(mas vale a pena) ....




O interessante é aprender a aceitar nossas limitações, ao mesmo tempo em que tentamos transcendê-las

IMAGINE UMA pílula que ofereça poderes intelectuais ilimitados, que cause uma avalanche de atividade neuronal, elevando o cérebro a um nível de percepção incomparável. Você toma aquilo e, por algumas horas, vira uma espécie de deus.

Essa é a premissa do novo filme "Sem Limites", dirigido por Neil Burger e baseado no romance de Alan Glynn. O enredo nos apresenta Bradley Cooper no papel de um escritor fracassado que é transformado num gênio pelos poderes de uma milagrosa droga psicotrópica.

Imagine se o cérebro tivesse um poder tremendo, uma capacidade ilimitada de percepção e dedução anestesiada pela rotina? O que chamamos de criatividade, de "insights" geniais, são meras fagulhas do que poderia ocorrer, a percepção de uma realidade que tudo engloba, uma nova dimensão da existência.

Será possível abrirmos as portas para essa realidade, libertando-nos da "trivialidade" a que somos acorrentados pelo uso de apenas uma fração do nosso córtex?

Na verdade, a ideia de que usamos apenas 10% do cérebro é um mito. Usamos o órgão por inteiro, cada parte com uma função bem conhecida. Caso contrário, teríamos evoluído de forma diversa, com cérebros menores e mais econômicos.

Portanto, o ponto não é ativar áreas adormecidas do cérebro, mas criar conexões mais eficientes entre os neurônios: o segredo está em aumentar o número de pontes entre eles, intensificar o trânsito, por assim dizer, criando novas ressonâncias que levem a um patamar mais elevado de consciência.

Será que uma pílula pode realmente fazer isso?

Ninguém sabe. Mas vejamos onde estamos hoje. Milhões de pessoas, incluindo crianças, tomam vários medicamentos à base de anfetaminas, todos estimulantes.

As drogas aumentam a quantidade de dopamina no cérebro, otimizando o foco e a atenção, a libido e o nível geral de eficiência cognitiva do paciente. Essas drogas são, de certa forma, versões simplificadas da NZT 48, a pílula mágica do filme: a ficção ampliando o que já existe. Será que a ciência pode chegar a algo assim? E, se puder, quem a tomaria?

Vemos aqui mais uma versão moderna da lenda de Fausto. Agora o Diabo veste as roupas da indústria farmacêutica, ou as de um traficante de drogas.
No romance "A Pedra Filosofal", de 1969, Colin Wilson imaginou um cenário semelhante: com o implante de eletrodos em pontos estratégicos do córtex pré-frontal, seria possível catapultar o cérebro a um nível de funcionamento inimaginável.

O "homem liberado" que resulta do experimento é transformado num profeta, num gênio, num deus, capaz de ver o passado e o futuro, de decifrar significados profundos sobre o Universo que as pessoas mais comuns nem sonham existir.

Será que nós podemos acender todas as luzes sem queimar o fusível central? Qual a vantagem de uma mente ilimitada?

No filme, as vantagens que temos permanecem: quem é mais inteligente continua mais inteligente. Talvez possamos extrair uma lição importante do filme e do livro: o que torna a vida interessante não é atingir níveis fantasiosos de percepção, mas aprender a aceitar nossas limitações ao mesmo tempo em que tentamos transcendê-las.

marcelo gleiser